terça-feira, 21 de janeiro de 2014

A nova onda da mixologia



Pedimos a top mixologista Jéssica Sanchez para explicar os detalhes da apresentação que a sagrou a primeira mulher campeã da competição Grey Goose Vive le Revolution Brasil.



Nouvelle Vague faz referencia ao Movimento Artístico do Cinema Francês em paralelo com a Historia da Grey Goose. Entrelaçadas, as duas historias representam uma ideia inovadora, cada uma em sua vertente. O Nouvelle Vague trata-se de uma proposta de experiência gustativa sensorial, onde todos os sabores palatáveis ao ser humano encontram-se equilibrados numa mesma experiência.

Tecnicamente, ao dar o primeiro gole você ira salivar, devido ao sabor umami. O que o fará dar um segundo gole, onde você sentirá todos os outros sabores ao mesmo tempo.

O coquetel faz uma brincadeira com o equilíbrio entre o doce e o amargo. Na apresentação, foi usado um 'PTC – Paper taste”. Tira de papel utilizada para medir o nosso grau de sensibilidade ao amargor. A tira foi usada para exemplificar como cada um de nós tem uma característica e sensibilidade gustativa diferente e completamento individual. A proposta é a da reflexão sobre os sabores, como eles nos afetam e qual a influencia que nosso corpo tem sobre o que sentimos. Apesar de ser a mesma receita, cada um terá uma percepção diferente. E, a partir disso, gerar uma ponderação sobre como a percepção que temos do mundo é influência do que sentimos e como o que sentimos reflete no que representamos para o mundo.


Nouvelle Vague 50ml Grey Goose Vodka 
20 ml Aperitivo de Laranja (Aperol) 
10 ml suco de limao siciliano 
15 ml xarope artesanal de bitter 
2 gotas de tintura de sal 
1 zest de limao siciliano 

Em um mixing glass (copo mexedor) adicione todos os ingredientes, pedras de gelo e mexa. Coe para uma taça previamente resfriada e finaliza com o zest de limão siciliano. 


O texto  a baixo foi entregue a cada jurado em um belo papel carta 

Grey Goose Vive La Revolution 2013
Nouvelle Vague


A percepção da liberdade sensorial


Nouvelle Vague foi um movimento artístico do cinema francês caracterizado pela juventude e transgressão de regras impostas pelo cinema comercial. Eles pregavam a autonomia criativa, e representavam um nível de expressão completamente novo na categoria cinema, assim como a Grey Goose na categoria vodca.

No momento em que Sidney Frank idealizou a Grey Goose, o mercado de vodca no mundo era um mercado voltado para um mesmo objetivo, a neutralidade. Ser insípida, inodora e incolor eram os requisitos primordiais para a melhor vodca até então. E isto elevava a valorização das inúmeras filtragens e destilações.

Sidney Frank buscou o diferente. Ele queria expressar sabores e aromas agradavelmente palatáveis e numa confluência de tempo e tendências, surgiu a Grey Goose. Esses dois movimentos não foram involuntários ou por acaso. De fato, a busca por produtos com o qual sentimos alguma ligação emocional e com um valor histórico agregado tem aumentado gradativamente nos últimos anos. Fácil notar com o reflexo que hoje as coisas que remetem ao passado tem. O ‘feito em casa’, o antigo, os filtros nas fotos, os brechós, a moda das feiras de antiguidades… Isso tudo carrega um bocado de história consigo. E cativa.

Quando Sidney Frank decidiu mudar o rumo que ele enxergava do consumo de vodca, ele compreendeu isso. Entendeu que cada vez mais as pessoas sentiam a necessidade de SENSAÇÕES, de explorar o sensorial.

A interpretação a partir da experiência pessoal

Cada um de nós sente numa intensidade diferente mais ou menos amargor de acordo com a influência que o nosso corpo sofre em relação/exposição aos sabores.

A escolha/preferência por determinado sabor ou aroma e a maneira que ele reage em contato com o seu corpo revelam muitas coisas sobre quem você é. (Lavabre, Marcel - Aromaterapeuta).

Cada um de nós tem uma percepção diferente sobre as mesmas coisas. Isso nos faz compreender que a percepção de um sabor vai além do gosto pessoal. Que qualquer produto sofre transformação e torna-se o que seu organismo refletiu dele. E este é ponto principal: Enxergar além do que se vê. Sentir além.

A Grey Goose busca exatamente valorizar essa característica: a unicidade na percepção de sabores. Quando Sidney decidiu mudar o rumo, ele olhou através, olhou além. Compreendeu a necessidade de percepção de sabores, e que isso vai muito além de um gosto pessoal. Para cada paladar, teremos uma intensidade pessoal diferente. E independente da percepção pessoal, será sempre uma incrível experiência. É através da sensorialidade que chegaremos as melhores experiências de nossas vidas. E a Grey Goose é um bom caminho.

A percepção que temos do mundo é a representação da liberdade.

Fly beyond.
Cheers!


Jessica Sanchez

O Autor:
Rodolfo Sousa Bob Rodolfo Sousa Bob é gastrônomo, mixologista, treinador. Sommelier formado pelo SENAC. Especialista nível 2 Wine and Spirits Education Trust. Administrador do blog OBARVIRTUAL.

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