Zulu já é sócio aqui d’OBarVirtual. Ele é
mixologista, chefe de bar do Bar NOH, na rua Bela Cinta no bairro dos Jardins,
e um grande apreciador de bitters. Se você também gosta ou quer conhecer melhor
o universo dos bitters, aprecie esta entrevista. Sem moderação.
OBarVirtual – Quando você descobriu que gostava
bebidas amargas?
Zulu – Isso está diretamente ligado aos meus primeiros contatos
com bebidas alcoólicas – cervejas. Nem estou falando de marcas importadas que
trazem o amargor como tipologia - Bitter Ale, por exemplo - falo da
"lorinha gelada”, a pilsen, adaptada ao paladar brasileiro. Dessa
"lorinha", diferente de todos meus amigos, o que mais me chamava
atenção era a espuma, principalmente "quente", quando não chegava
estupidamente gelada. O diferente da turma, nunca reclamava. Pra mim, o
atrativo era aquele amargor que vinha no final do gole. Não parou por aí, mesmo
antes de ter contato com qualquer noção de Mixologia, tive contato com um dos
Bitters mais conhecidos pelo mundo: Campari. Na primeira apresentação -
balcão/prateleira - o que me chamou a
atenção foi a cor. Ao degustar, cheguei a pensar em decepção, mas, na mesma
dose, fiquei impressionado com a complexidade da bebida. Doce, amargo, o toque
herbal...
Depois disso, passou a ficar rotineiro ao beber com os amigos,
pedir uma dose de Campari. A partir daí, comecei a ter noção do quanto gostava
das bebidas amargas.
OBarVirtual – Qual a sua motivação
para começar a fazer seus próprios ingredientes?
Zulu – A medida que absorvo conhecimento da Mixologia, percebo
que o profissional mixologo/mixologista, buscando um melhor aproveitamento das
bebidas e também peculiaridades,
desenvolve seus próprios ingredientes. Não estou falando de tendências ou
modinhas - Isso faz parte da arte de misturar bebidas desde meados do séc
XVIII, sigo a risca, tento desenvolver algo com meu toque, ajustando se as
tendências atuais e minha região de trabalho.
OBarVirtual – Quais as marcas de
bitters você prefere?
Zulu – Angostura Bitters, seguindo da Scraps Bitters e Bitters
Men's.
OBarVirtual – Quais bitters você
produz com mais frequência e prefere utilizar?
Zulu – Zulu Bitter: digamos que esta é uma versão
"Original" sem um único flavor como "bandeira" ou
tipologia. Zulu Orange Bitters: este também reproduzo com freqüência; inclusive
é um dos produtos Homemade que mais uso em NOH Bar.
Escolher quais deles prefiro usar é uma pergunta que me corta o
coração (risos). Tenho um carinho muito grande por todos eles, mas o Zulu
Orange Bitters é sem dúvidas o que mais gosto.
OBarVirtual – Posso utilizar qualquer
bitter em qualquer coquetel ou existe alguma restrição?
Zulu – Restrição é uma palavra pouco empregada na relação bitter\coquetel;
contudo, é de grande valia o profissional de bar ter a compreensão dos elementos
desta relação. A partir daí, conseguir escolher o tipo de Bitter ideal para o
Cocktail. Entretanto, não é interessante usar qualquer Bitter, busque uma
harmonização.
OBarVirtual – Como você escolhe o
bitter certo para colocar em cada coquetel?
Zulu – Escolho o bitter cujo seu sabor predominante interaja de
forma harmoniosa com os ingredientes do coquetel a ser preparado.
OBarVirtual – Em todos os tipos de
coquetéis pode-se usar bitter?
Zulu – Vejo os bitters como agente de aroma, equilíbrio, aquele
toque especial. Vendo dessa forma, dependendo da aplicação, é possível utilizar
em qualquer tipo de coquetel.
OBarVirtual – Um ponto de vista.
Zulu – Bitters do for a Cocktail what pepper and bay leaves do
for soup. (Bitters fazem para o Cocktail o que a pimenta e o louro fazem para
sopa). - Jason Kosmas.
2 comentários:
Faltou mencionar o site de onde adquirir essa preciosidade ...
Por enquanto Sylvio Rocha é um privilégio de poucos amigos. Mas em breve estaremos disponibilizando para fans como você. Fique atento e me mande um email, que tentarei colocar seu nome na fila da próxima produção de Zulu Bitters, por enquanto você vai ter que segurar a emoção. Grande abraço e continue lendo nosso blog...
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