segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Zest de cultura.. By Marcelo Vasconcellos

SaVe saLve My FriEnds e Hermanos!!!

Falando de Hermanos!!!

Trocando ideias com o Mixologista/Bartender, competidor, consultor etc.. e tals, MARCELO VASCONCELLOS. Recebi a iluminação etílica, divina deste post. Quase que uma facebookgrafia.

Falando de técnicas de shake e projetos para o ano que vem o Marcelo me manda o texto que será a Base, Aroma e Sabor deste post. Degustem sem moderação este Shoot de cultura.....

"Três gotas de Rivotril"

Vinicius de Moraes, o poeta, dizia que o ser humano vive duas doses de uísque abaixo do normal, isto é, para que pudesse compreender a realidade e suas nuances, o ser humano precisaria de duas doses de uísque, a partir do que, tudo ficava às claras. Vinícius viveu ao pé da letra esta sua sacada antropológica, procurava sempre estar com duas doses de uísque bem tomadas, na cabeça. Foi dentro desta “normalidade” que legou às letras brasileiras escritos e melodias tão inesquecíveis.

Astolfo não era nenhum Vinícius de Moraes, mas achava como aqueloutro, que o ser humano vive com três gotas a menos de Rivotril. Noutro dizer, a incompreensão mundana, as guerras, as discórdias entre os homens, as brigas entres marido e mulher, a desavença entre filhos e filhas, a crise das bolsas, tudo era fruto do fato que o ser humano está em falta de três gotas de Rivotril. Astolfo tinha convicção plena disto.

O cunhado de Astolfo pensava diferente. Achava que bastava duas latinhas de cerveja à noite para o mundo ser totalmente inteligível. Dizia ele a Astolfo: ─ Chego em casa à noitinha, tomo duas latinha de cerveja, e tudo fica maravilhoso, compreendo minha esposa, rio das notícias do Jornal Nacional, e faço até dever de casa com minhas filhas, é uma maravilha. E mais, durmo como um anjo – vaticinava seu cunhado. Nada como duas cervejinhas...

Astolfo não. Astolfo era daquele tipo que chegava a um churrasco, e quando perguntavam a ele se queria alguma coisa para beber, ele dizia: ─ não obrigado, eu trouxe meu Rivotril de casa. Sua mulher morria de vergonha, afinal porque Astolfo tinha de falar aquilo para o anfitrião da festa, que acabava por não entender a resposta de Astolfo. A verdade é que Astolfo preferia o Rivotril aos porres dos finais de semana.

Quando ia aos médicos ─ o que não era raro ─ sempre reclamava de sua ansiedade em excesso: ─ Doutor, eu sou muito ansioso, a sensação que tenho é que nasci com falta de três gotas de Rivotril em minha vida, será que há algum estudo científico nesta linha, doutor? ─ indagava Astolfo. O médico ria e mandava Astolfo tomar uma gelada para relaxar.

Os médicos geralmente dissimulavam, e diziam a Astolfo que o medicamento Rivotril gera dependência química, e que ele não devia nem podia tomá-lo indiscriminadamente. Astolfo compreendia, mas não se adaptava às alternativas sociais de seus amigos e dos próprios médicos: porres nos finais de semana e cervejinha todos os dias à noite, ou quiçá uma cavalar dose de uísque.

Certa feita, Astolfo ─ que era um homem afeito a muitas perguntas ─ indagou de sua esposa e conselheira habitual. Por que todos tomam cerveja aos borbotões, uísque, e tantas outras bebidas alcoólicas, e está tudo bem, e eu não posso tomar as minhas três gotas de Rivotril? Sua esposa com o equilíbrio habitual, e o sorriso lindo e peculiar, retrucou carinhosamente: ─ porque faz mal.

Astolfo de imediato lembrou-se da Carta do Apóstolo Paulo aos Romanos ─ Faço o mal que não quero, e não faço o bem que quero ─ enfim, o ser humano e sua eterna incongruência.

“Isto vem me dar mais certeza da idéia que desde a origem da bebida destilada, pelos persas, que o álcool era capaz não só de rejuvenescer e curar, mas que também era um néctar que você podia beber e passar a compreender a realidade, desmistificá-la ou até mesmo poder, burlar, enganar a realidade e passar a frente do que até os olhos estavam enxergando.

O álcool é uma beleza!!!

 By Marcelo Vasconcellos









Como eu disse a vocês um Shoot, mas bem requintado. Valew Marcelo Obarvirtual está sempre aberto!!!

Abs, Rodolfo Sousa - Bob

O Autor:
Rodolfo Sousa Bob Rodolfo Sousa Bob é gastrônomo, mixologista, treinador. Sommelier formado pelo SENAC. Especialista nível 2 Wine and Spirits Education Trust. Administrador do blog OBARVIRTUAL.

3 comentários:

Marcelo disse...

Hahahahaha, Valeu, Bob! Isso porque foi só um papo, uma explanada nas idéias, nos nargolés e nos zonzóbulos (São criaturas mágicas invisíveis que entram pelos ouvidos das pessoas e embaralham o cérebro).
Aguardem que ano que vem muita coisa bacana, muitas idéias a serem discutidas, sem discussão, e é claro, com pelo menos 2 doses do que mais lhe agrada para começarmos.
Agora, se você não sabe, garotinho, olha, observa, escuta, pergunta...se ficou com dúvida pergunta de novo, mas não venha me dizer que eu errei. Desta vez vou te mostrar passo a passo para não ficar com dúvidas, ok? Respeito é para quem quer ser respeitado.

Rodolfo Sousa (Bob) disse...

Marcelo eu e os leitores estamos no aguardo meu caro, de suas visitas deste balcão cutural. Seja bem vindo e Volte sempre. Seu banco no balcão e seu copo estão a lhe esperar....

Abs

A Marreta do Azarão disse...

Não foi Vinícius de Moraes quem disse que a humanidade está sempre duas doses abaixo do normal, foi Humphrey Bogart.

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