É o fluxo! É o fluxo! É o fluxo, veem!
Segue no fluxo a segunda parte do papo com a mais carioca das mixologistas paulistanas! E de presente, um videozinho onde Jéssica Sanchez fala sobre o prazer de beber bem e com responsabilidade. Nota dez pra essa garota que já é uma das maiores revelações da coquetelaria brasileira!
Enjoy!
OBarVirtual - Você saiu de São Paulo e decidiu trabalhar no Rio de Janeiro. Como está sendo viver essa nova rotina estadual?
Jéssica Sanchéz - Aqui as coisas me parecem mais leves, me sobra tempo e ânimo. Consigo estudar mais, o que me deixa muito feliz.
JS - Com toda certeza. Aqui o clima influencia muito, somado ao fato de ser uma cidade basicamente turística A gente costuma brincar que o que menos tem no Rio é carioca (risos). Tudo aqui é mais voltado ao frutado, ao refrescante. Pensa em um drink de praia. Tem que ser assim, o clima pede, as pessoas pedem. É claro que há exceções, mas no geral, o sabor da fruta fresca é o que mais agrada. Diferente de São Paulo, cosmopolita. Ora frio e chuvoso, ora calor e chuvoso (risos). Com toda aquela influencia londrina, tomar um drink seco ou amargo às vezes é muito mais questão de status do que de gosto propriamente.
OBV - O que o Meza Bar oferece de diferente em coquetéis?
JS - O Meza bar oferece exatamente o que o carioca turista, de coração ou nato quer. É refrescância, muita opção de fruta, um atendimento diferenciado, um apelo visual, um drink para degustar e celebrar. O Rio é pura celebração.
OBV - Qual linha de coquetéis você está e estará trabalhando neste ano no Rio?
JS - Este ano estou fincada nos estudos. Aqui no Rio estamos trabalhando no que o ambiente pede. Mas acho que cabe um tiki cocktail, uns teas que são a tradução do carioca em drinks, um ponche. A minha linha de coquetéis é ampla. Quero experimentar tudo, introduzir cada ingrediente no paladar carioca.
OBV - Como você vê essa febre em abrasileirar a coquetelaria? É uma tendência ou uma modinha passageira como outras tantas ao exemplo das forminhas de gelo e espumas?
JS - Acho importante criarmos uma identidade para a nossa coquetelaria. Vejo tudo aqui com muita influencia de fora, e não há nenhuma referência a uma coquetelaria genuinamente brasileira. Temos a cachaça, a tiquira, muita fruta, o Brasil esta cheio de riquezas e teimamos em criar drinks cheios de licores, xaropes e vermouths. E os caras chegam aqui e não entendem porque a gente usa tanto xarope industrializado se temos uma gama incrível de frutas frescas. Gente, xarope é uma característica de coquetelaria americana não por acaso. Se o país tropical fosse lá, a história da coquetelaria seria bem diferente. Era o mundo inteiro brigando pra reproduzir um ingrediente novo a partir de um fruto. O importante é caracterizar a nossa coquetelaria. Entender quais são nossa tendencias e tradições de consumo sem influências externas. Aplicar isso na coquetelaria.
Mas o gringo vem pra cá, senta no balcão e você teima em vender um Manhattan pra ele. Vai pra Manhattan e pede um Manhattan, vai com Scotch, sempre. Sabe por quê? Porque você está em Manhattan, filho! Só no Brasil o cara pede uma caipirinha e perguntam se é com vodka ou sakê. Acho importante termos nossa vertente, assim como existem tantas outras interessantes. Dar vida ao rabo de galo, a maria mole, a cachaça. Sem patriotismo excessivo, desnecessário e cansativo.
OBV - O que pedir para beber no balcão de Jéssica Sanchéz por Jéssica Sanchéz?
JS - Eu vendo experiências. E espero que sejam boas. É uma aposta, a gente bate um papo rápido. Você me diz o que agrada teu paladar e eu tento te surpreender. É isso.
1 comentários:
virei fã... XD
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