domingo, 3 de novembro de 2013



Estive em uma degustação, em outubro na escola de bartenders Pro Drinks, que poderia facilmente e sem exageros chamar de “Confraria Secreta dos Destilados”. Toda a degustação foi às cegas, a bancada de degustadores (repleta de renomados profissionais) foi convidada em segredo, e tenho a impressão de que será mantido em sigilo se teremos ou não outra reunião dessas.

Sem mais segredos, digo que esse encontro se deu para uma avaliação (secreta, lembra?) de três gins distintos, que só tiveram seus rótulos revelados à bancada após escolhermos (às cegas também) qual deles agradava mais e qual compunha o melhor Dry Martini (simples, mexido 5 para 1).
A proveito para dividir algumas impressões anotadas no meu velho caderno. Ah, e posto ainda este mês mais informações sobre cada gin na coluna Por Dentro da Garrafa. Mas vamos lá.
Um encontro raro: A velha guarda e novos profissionais a mesma mesa. No mínimo será interessante.
Prova do Gins:
    1-Se não for gin nem me surpreenderia, muito leve de aroma. Na boca, seco, e picante. Tem zimbro. É picante mas é equilibrado, tem boa qualidade.
   2- Aroma intenso, cítrico. Concordo com o colega, notas evidentes de capim limão lembra até citronela. Na boca é leve, chega a ser doce, talvez pelo aroma muito cítrico. Mas para um gin não é London Dry, é adocicado demais.
   3-Excepcional, muito equilibrado. Aroma, sabores e a percepção alcoólica são altamente harmoniosos. Duas palavras: Elegante e equilibrado.

Em uma mesa de sete convidados, não surpreendem as divergências nas predileções, a unanimidade em relação a sensação alcoólica do primeiro e o perfume em demasia do segundo, mesmo tendo aqueles que o preferiam. Gosto pessoal não se discutiu. Preferi o terceiro. Mas deixo claro que entre os três, nenhum decepcionava.
Discutimos, bebericamos mais um pouco. E em meio a muitas e muitas piadas e risada surge o aviso. Ainda não acabamos. – Precisamos de um voluntario que prepare três Dry Martini. Desgustamos o primeiro gin no Dry Martini e eu, que até então não havia dado a devida importância, me surpreendo. Ficou bom e me é familiar este estilo de Dry Martini: seco alcoólico, está ok.
Chega a segunda taça, e o cítrico tomou conta do coquetel. No entanto, talvez uma outra técnica de preparo o deixasse ainda mais interessante. Para mim, suave muito cítrico a capim limão. Indagam a um dos jovens bartenders: “qual gin, entre estes dois, escolheria?”. A resposta é rápida: “Cada um tem um perfil e pede uma técnica de preparo especifica. Os dois são bons, difícil responder”. Por fim todos concordam, temos ali a frente uma categoria dentro da categoria.
Chega a vez do terceiro. E aquilo que já se preanunciava ainda sem gelo, se evidencia novamente. Completo equilíbrio. Eu, em particular, fico confuso entre como escolher o melhor dos três. O primeiro me parece mais simples, mas é bem alcoólico. O segundo é cheio de aromas, mas é levemente adocicado e não me agrada feito desta maneira. Mas o terceiro, ah, este sim faz frente ao primeiro. E é ele, após uma breve reflexão, que penso ser o que mais me agrada, tanto puro como no Dry Martini. Temos o campeão da noite. PLYMOUTH ENGLYSH GIN.
Gin 1 Bombay Saphire East 2-Tanqueray
Hang Pour  3- Plymouth
Para fecharmos nossas ideias falamos bastante sobre a categoria que cada uma das garrafas apresentadas pertencia e outras categorias que estão a surgir e fazem parte do mundo dos Gins. Aguardem que ainda temos muito a falar sobre o assunto futuramente.

O Autor:
Rodolfo Sousa Bob Rodolfo Sousa Bob é gastrônomo, mixologista, treinador. Sommelier formado pelo SENAC. Especialista nível 2 Wine and Spirits Education Trust. Administrador do blog OBARVIRTUAL.

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