Estive em uma degustação, em outubro na escola de bartenders Pro Drinks, que poderia facilmente e sem exageros chamar de “Confraria
Secreta dos Destilados”. Toda a degustação foi às cegas, a bancada de
degustadores (repleta de renomados profissionais) foi convidada em segredo, e
tenho a impressão de que será mantido em sigilo se teremos ou não outra reunião
dessas.
Sem mais segredos, digo que esse encontro se deu para uma
avaliação (secreta, lembra?) de três gins distintos, que só tiveram seus
rótulos revelados à bancada após escolhermos (às cegas também) qual deles
agradava mais e qual compunha o melhor Dry Martini (simples, mexido 5 para 1).
A proveito para dividir algumas impressões anotadas no meu
velho caderno. Ah, e posto ainda este mês mais informações sobre cada gin na
coluna Por Dentro da Garrafa. Mas
vamos lá.
Um encontro raro: A
velha guarda e novos profissionais a mesma mesa. No mínimo será interessante.
Prova do Gins:
1-Se não for gin nem me surpreenderia, muito
leve de aroma. Na boca, seco, e picante. Tem zimbro. É picante mas é
equilibrado, tem boa qualidade.
2- Aroma intenso, cítrico. Concordo com o
colega, notas evidentes de capim limão lembra até citronela. Na boca é leve,
chega a ser doce, talvez pelo aroma muito cítrico. Mas para um gin não é London
Dry, é adocicado demais.
3-Excepcional, muito equilibrado. Aroma,
sabores e a percepção alcoólica são altamente harmoniosos. Duas palavras:
Elegante e equilibrado.
Em uma mesa de sete
convidados, não surpreendem as divergências nas predileções, a unanimidade em
relação a sensação alcoólica do primeiro e o perfume em demasia do segundo,
mesmo tendo aqueles que o preferiam. Gosto pessoal não se discutiu. Preferi o terceiro.
Mas deixo claro que entre os três, nenhum decepcionava.
Discutimos,
bebericamos mais um pouco. E em meio a muitas e muitas piadas e risada surge o
aviso. Ainda não acabamos. – Precisamos de um voluntario que prepare três Dry
Martini. Desgustamos o primeiro gin no Dry Martini e eu, que até então não
havia dado a devida importância, me surpreendo. Ficou bom e me é familiar este estilo
de Dry Martini: seco alcoólico, está ok.
Chega a segunda taça,
e o cítrico tomou conta do coquetel. No entanto, talvez uma outra técnica de
preparo o deixasse ainda mais interessante. Para mim, suave muito cítrico a
capim limão. Indagam a um dos jovens bartenders: “qual gin, entre estes dois,
escolheria?”. A resposta é rápida: “Cada um tem um perfil e pede uma técnica de
preparo especifica. Os dois são bons, difícil responder”. Por fim todos
concordam, temos ali a frente uma categoria dentro da categoria.
Chega a vez do
terceiro. E aquilo que já se preanunciava ainda sem gelo, se evidencia
novamente. Completo equilíbrio. Eu, em particular, fico confuso entre como
escolher o melhor dos três. O primeiro me parece mais simples, mas é bem
alcoólico. O segundo é cheio de aromas, mas é levemente adocicado e não me agrada feito
desta maneira. Mas o terceiro, ah, este sim faz frente ao primeiro. E é ele,
após uma breve reflexão, que penso ser o que mais me agrada, tanto puro como
no Dry Martini. Temos o campeão da noite. PLYMOUTH ENGLYSH GIN.
Gin 1 Bombay Saphire East 2-Tanqueray Hang Pour 3- Plymouth |
Para fecharmos nossas ideias falamos bastante sobre a
categoria que cada uma das garrafas apresentadas pertencia e outras categorias
que estão a surgir e fazem parte do mundo dos Gins. Aguardem que ainda temos muito a falar sobre o assunto
futuramente.
0 comentários:
Postar um comentário